domingo, 26 de outubro de 2014

Quero trair a morte. . .

Hoje li um livro, "Armadilhas da mente, Augusto Cury" que foi bem interessante e que me trouxe várias reflexões...

O livro vai relatando a vida de uma mulher com vários traumas, e tem vários contextos filosóficos e psicológicos, mencionando vários escritores, pensadores e filósofos e por aí vai... 

O que me marcou é que diz que: "o suicida não quer acabar com a vida, e sim com a dor". De fato, faz sentido... podemos abordar vários pensamentos e/ou opiniões a respeito. E quem não conhece alguém que já pensou nisso, ou que já tenha de fato, acabado com a sua vida? Ou até mesmo, quem já não teve algum pensamento suicida, por mais rápido e insano que possa ter sido?

Quando me remeti à este sentimento, ler que que busca-se acabar com a dor e não com a vida, me causou certo alento... realmente, a vida em si é que parece mover todo esse sentir, mas na realidade, não queremos abortar simplesmente uma missão... como um fraco que não suporta a dor de uma rejeição, ou a dor de uma perda ou de uma doença... pois discorreu-se muito sobre, independente de qualquer teoria, a racionalização de qualquer sentimento depressivo existe de uma ampla forma, mas o sentir é único, tratando de seres humanos... simples! seres humanos que erram, que sofrem, que julgam, que amam, enfim... que de longe, não são perfeitos!

Não há como entrar na dor alheia, não há como medir dor maior ou menor, mais sofrida ou menos... não há como simplesmente dizer: você está com problemas! Tão pouco como dizer: tenho a cura para você! Todo e qualquer ser humano precisa sim, aceitar e querer ficar bem e sabemos, que todos nós queremos... para muitos é mais simples, mas para outros pode ser algo há léguas de distância de fazer algum sentido ou mover alguma mudança eficaz. 
[...] Ninguém procura infligir dor a si mesmo simplesmente por infligir. Mesmo a pessoa que se mutila ou se flagela, ainda que isso tenha um viés doentio, no fundo está procurando ganhos ou alívios.

Porém até poder acessar o que está corrompendo o fluir natural de ser e estar bem, pode-se sofrer muito... e a verdade é que estudando a mente, as coisas não são simples, existem muitos gatilhos e memórias que nos prendem a atitudes e sentimentos repetitivos não agradáveis e possíveis catalizadores de: afundar-se cada vez, sabe? Não serei eu que vou conseguir dissertar sobre...

Interessante também que no livro abordou-se sobre perdão... pois também muitos podem pensar que o segredo é este... mas não estou aqui para revelar nenhum segredo, pois não é isto... porém, antes do perdão existe uma compreensão... às vezes não é o perdão em si que pode gerar alguma espécie de libertação e sim compreender por que determinadas coisas aconteceram... em que contexto estavam inseridas e no entender disso sim, pode-se mudar o pensamento relacionado e os sentimentos que estes geram e aí transmutar isso! Consequentemente tem-se o perdão!

Aaaah, eu sei que a teoria é linda! Como comentei a dor, o sentir não é racionalizado como a teoria... mas para mim o sentir e o racionalizar às vezes geram vários questionamentos... de fato, o pensar é uma grande chave e a mensagem principal é: "NÃO HÁ MENTES IMPENETRÁVEIS, APENAS CHAVES ERRADAS."

Fica a dica de leitura, de reflexão... e finalizo com o trecho da poesia final da personagem:

[...] " como não posso viver outra vez...
Quero ao menos dilatar o tempo,
Fazer de cada dia um mês,
Deixar de ser escrava do futuro,
Homenagear cada minuto no presente
E agradecer cada pessoa que amo por existir.
Mas, acima de tudo, quero trair a morte.
Como? Sendo uma eterna amante da vida... "

quarta-feira, 14 de maio de 2014

espelho, espelho meu reflexo

a irritação anda assolando!

daí tu se pergunta, mas da onde vem, por que? enfim...
daí tu olha ao redor, e até o barulho do ar te irrita =O

tpm, será?
não, sem chances! vamos dar causas mais profundas e talvez, com um sentido no mínimo, mais plausível...
mas por que dar causas? buscar causas é muito irritante...

e daí tu se depara com a seguinte ideia, constatação, conselho, sei lá como se chama... opinião, talvez?
"somos espelhos, se te irrita, é por que tem algo em ti mesma"

como assim? meeeeeeeu deus do céu... como pode algo que simplesmente não sou eu, me irritar e ser eu? então, pude perceber que não são só as coisas ruins que refletimos! e que a comparação é mais uma ilusão, pois somos todos seres únicos!

se a irritação está em alguém que fala muito, é nas bonitas palavras que a pessoa profere que tu podes estar... ou então, em uma curiosidade e vontade de aprender, no anseio de viver! mas se a tristeza alheia te comove, podes estar apenas se identificando com sentimentos que sabes que residem também dentro de ti... compaixão não é pena, e querer ser consolado não significa que tenhas que consolar o mundo!

é nas pequenas compreensões que grandes portas podem abrir, e pequenas janelinhas fechar... nas miudezas é que se aprende, que aprender e compartir é um fluir natural dessa passagem que estamos AQUI AGORA.

e se escrever, mesmo que bobagens te faz melhor, por que renegar? os desabafos são a grande terapia dos tempos atuais... precisamos falar e principalmente sermos ouvidos... mas antes disso, precisamos silenciar e encontrar aquele refúgio interior... que pra mim, é tipo a minha cama... ela é gostosa, fofinha, quentinha e me entende como ninguém!

viu? o anseio é de ser compreendida... e será que só a cama consegue? por que ela não tem boca né? e quem sabe não pode me dizer no que estou errada e muito menos, dar alguma explicação que eu não queira ouvir... então, apenas ouvir!

o silêncio é um remédio que anda lado a lado com o tempo... mas que não pode virar uma desculpa para falta de prática, pois a vida é movimento! e o tempo que passa, também é uma ilusão.



sábado, 5 de abril de 2014

Entre'linhas


Entre'linhas


nas linhas, entre linhas
aqui e acolá
um nó deixo escapar
miudinho, nem vai atrapalhar

viro assim, viro assado
avesso e atravessado
quando menos percebo
o nó volto a encontrar

miudinho era assim
quase nem foi encontrado
mas quando percebido
ai, que danado!

mas meia voltinha
desse e d'outro lado
e está quase consertado
esse nó atrapalhado

entre linhas, nessas linhas
só eu posso ajeitar
esses nós que eu crio
e sigo a criar!

faço, mas desfaço
e com eles desembaraço
aprendo a amar
e até mesmo aceitar

e do nó miudinho, uma lição vou tirar
do novelo dessa vida. . .
o essencial

É AMAR.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

quem atravessa na faixa de segurança?

me perguntei várias vezes o por que de muitas pessoas não atravessarem na faixa de segurança quando ela está tipo, há poucos passos...

retroceder é tão difícil assim? ou adiar? dar uns 10 passinhos pra trás e poder atravessar na faixa, assim, mais seguramente... ou caminhar um pouquinho pra frente

mas também  o que te garante a segurança, se o que a gente vê é que os motoristas não costumam parar para os pedestres passarem!?

não se pode contar que alguém pare para que tu passe... mas eis um detalhe muito importante: as chances de alguém parar se TU estiver no sentido da faixa são muito maiores do que fora dela!

e não depende de alguém parar, ou algo acontecer... o que simplesmente acontece, é que tu está no lugar certo!



quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

VISÃO DO OSHO SOBRE O AMOR

 Como você pode saber se alguém realmente lhe ama?

"Existem três camadas no indivíduo humano: sua fisiologia, o corpo; sua psicologia, a mente; e seu ser, seu eu eterno. Amor pode existir em todos os três planos, mas suas qualidades serão diferentes.

No plano da fisiologia, do corpo, é simples sexualidade. Você pode chamar isso de amor, porque a palavra 'amor' parece ser poética, bela. Mas noventa e nove por cento das pessoas estão chamando o sexo delas de amor. Sexo é biológico, psicológico. Sua química, seus hormônios – tudo que é material está envolvido nisso.

Você se apaixona por um homem ou por uma mulher. Você pode descrever exatamente porque essa mulher lhe atraiu? Certamente você não pode ver o eu dela, você ainda nem viu seu próprio eu. Você também não pode ver a psicologia dela, porque para ler a mente de alguém não é uma tarefa fácil. Então o que é que você viu nessa mulher? 
Alguma coisa na sua fisiologia, na sua química, nos seus hormônios, se sente atraído pelos hormônios, pela fisiologia, pela química da mulher. Isso não é um caso de amor; isso é um caso químico. Pense bem: a mulher por quem você se apaixonou vai ao médico, muda de sexo, deixa a barba e o bigode crescerem. Você ainda fica apaixonado por ela? Nada mudou, somente a química, os hormônios. Para onde foi seu amor?

Somente um por cento das pessoas conhece um pouco mais profundamente. Poetas, pintores, músicos, dançarinos, cantores têm uma sensibilidade que faz com que eles possam sentir além do corpo. Eles podem sentir as belezas da mente, as sensibilidades do coração, porque eles próprios vivem nesse plano.

Lembre-se que isso é uma regra básica: onde quer que você viva, você não pode ver além disso. Se você vive no seu corpo, se você pensar que é somente seu corpo, você só pode ser atraído pelo corpo de alguém. Esse é o estágio fisiológico do amor.

Porém, um músico, um poeta, vivem num plano diferente. Ele não pensa, ele sente. E devido a que ele vive no coração dele, ele pode sentir o coração de outra pessoa. Isso é geralmente chamado de amor. Isso é raro. Estou dizendo talvez somente um por cento, de vez em quando.

Por que muitos não estão se movendo para o segundo plano se este é tremendamente belo? Mas há um problema: qualquer coisa muito bonita é também muito delicada. Não é um objeto duro, é feito de vidro muito frágil. E uma vez que um espelho cai e se quebra, então não há como reuni-lo novamente.

As pessoas temem se envolverem muito e alcançar as delicadas camadas do amor, porque nesse estágio o amor é tremendamente belo mas também tremendamente mutante.

Sentimentos não são pedras, são como rosas. É melhor ter uma rosa de plástico, porque ela estará sempre lá e todo dia você pode banhá-la e ela estará fresca. Você pode colocar algum perfume francês nela. Se a cor dela desaparecer você pode pintá-la novamente. Plástico é uma das coisas mais indestrutíveis no mundo. Ela é estável, permanente; assim as pessoas param no fisiológico. É superficial, mas é estável.

Poetas e artistas são conhecidos por se apaixonarem todos os dias. O amor deles é como uma rosa. Enquanto está presente ela é tão perfumada, tão viva, dançando ao vento, na chuva, no sol, declarando suas belezas. Mas à noite ela se vai, e você não pode fazer nada para impedir isso.

O mais profundo amor do coração é somente como uma brisa que chega no seu quarto, traz sua frescura, serenidade, e então se vai. Você não pode segurar o vento em suas mãos. Bem poucas pessoas são tão corajosas para viver de momento a momento, uma vida mutante. Daí, elas decidirem se entregarem a um amor do qual elas possam depender.

Eu não sei que tipo de amor você conhece – muito provavelmente o primeiro tipo, talvez, o segundo tipo. E você teme que se você alcançar seu ser, o que acontecerá ao seu amor? Certamente ele se vai – mas você não será um perdedor. Um novo tipo de amor irá surgir o qual, talvez, só acontece a uma pessoa em milhões. Esse amor só pode ser chamado de amorosidade.

O primeiro amor deve ser chamado de sexo. O segundo amor deve ser chamado de amor. O terceiro deve ser chamado de amorosidade – uma qualidade, não direcionada – não possessiva e que não permite ninguém mais lhe possuir. Essa qualidade amorosa é uma revolução tão radical que mesmo concebê-la é muito difícil.

Jornalistas têm me perguntado: "Por que tem tantas mulheres aqui?". Obviamente, a questão é relevante, e eles ficam chocados quando lhes respondo. Eles não estavam preparados para a resposta. Eu disse a eles: "Sou um homem". Eles olharam para mim, incrédulos.

Eu disse: "É natural que muito mais mulheres estejam aqui, pela simples razão de que tudo que elas conheceram na vida delas foi sexo, ou em raros casos, talvez alguns momentos de amor. Mas elas nunca chegaram a conhecer o sabor da amorosidade". Eu disse para esses jornalistas: "Mesmo os homens que vocês vêem aqui desenvolveram muitas qualidades femininas neles que estavam reprimidas pela sociedade exterior".

Desde o princípio é dito a um menino: "Você é um menino, não uma menina. Comporte-se como um menino! Lágrimas caem bem numa menina, mas não para você. Seja macho". Assim todo menino vai eliminando suas qualidades femininas. E tudo que é belo é feminino.Então finalmente o que resta é somente um animal selvagem. Toda a função dele é reproduzir filhos.

A menina não é permitida ter qualquer coisa com qualidades masculinas. Se ela quiser subir numa árvore ela será impedida imediatamente: "Isso é para meninos, não para meninas!" Estranho! Se a menina possui o desejo de subir na árvore, isso é prova suficiente para ela ter permissão.

Todas as sociedades criaram roupas diferentes para os homens e para as mulheres. Isso não está certo; porque todo homem é também uma mulher. Ele veio de duas fontes: o pai e a mãe. Ambos contribuíram para seu ser. E toda mulher é também um homem. Nós destruímos ambos.

A mulher perdeu toda a coragem, aventura, raciocínio, lógica, porque essas são tidas como qualidades masculinas. E o homem perdeu a graça, sensibilidade, delicadeza. Ambos se tornaram metades. Esse é um dos maiores problemas que temos que resolver – pelo menos para nosso povo.

Meus sannyasins precisam ser ambos: metade homem, metade mulher. Isso os tornará mais ricos. Eles irão ter todas as qualidades que estão disponíveis aos seres humanos, não apenas a metade.

No nível do ser, você simplesmente tem uma fragrância de amorosidade.

Os jornalistas me perguntaram: "Você ama Sheela?". Eu disse: "É claro. Mas eu amo tantas mulheres que nem mesmo sei o nome delas. E não somente mulheres – amo tantos homens, porque eles também são metade mulher". Em um milhão de sannyasins ao redor do mundo, eu não posso apontar para uma só pessoa e dizer: "Essa é a pessoa que amo".

Só posso dizer: "Eu amo". Quem quer que esteja pronto para receber meu amor... está disponível. Então não tenham receio.

Seu medo está certo: o que você tem como amor irá embora, mas o que virá no lugar é imenso, infinito. Você será capaz de amar sem ficar apegado. Você será capaz de amar muitas pessoas porque amar uma pessoa só é manter a si mesmo pobre. Uma pessoa pode dar uma certa experiência de amor, mas amar muitas pessoas...

Você ficará surpreso que cada pessoa lhe dá um novo sentimento, uma nova canção, um novo êxtase. Consequentemente, sou contra o casamento. Na minha visão, casamentos na comuna devem ser dissolvidos. Pessoas podem viver juntas por toda a vida se quiserem, mas isso não é uma necessidade legal.

Pessoas devem se movimentar, ter tantas experiências de amor quanto possível. Não devem ser possessivos. Possessividade destrói o amor. E eles não devem ser possessivos porque isso novamente destrói ser amor.

Todos os seres humanos são dignos de serem amados. Não há nenhuma necessidade de ficar acorrentado a uma pessoa por toda sua vida. Essa é uma das razões do porquê todas as pessoas ao redor do mundo parecem tão entediadas.

Porque elas não podem sorrir como você? Porque elas não podem dançar como você? Elas estão acorrentadas com correntes invisíveis: casamento, família, marido, esposa, filhos. Elas estão sobrecarregadas com todo tipo de deveres, responsabilidades, sacrifícios. E você quer que eles sorriam e dancem e se alegrem? Você está pedindo o impossível.

Torne o amor das pessoas livre, torne as pessoas não-possessivas. Mas isso só pode acontecer se na sua meditação você descobrir o seu ser. Não é nada para se praticar. Não estou lhes dizendo: "Hoje à noite você procure uma outra mulher apenas para praticar". Você não irá conseguir coisa alguma e você pode perder sua esposa. E pela manhã você vai parecer tolo.

Isso não é uma questão de praticar, é uma questão de descobrir o seu ser. A qualidade da amorosidade impessoal segue a descoberta de seu ser. Assim você simplesmente ama.

E isso vai se espalhando. Primeiro, nos seres humanos, depois nos animais, pássaros, árvores, montanhas, estrelas. Um dia chega quando todo esse universo é seu amado. Esse é o nosso potencial. E qualquer um que não estiver realizando isso está desperdiçando sua vida.

Sim, você terá que perder algumas coisas, mas são coisas sem valor. Você estará ganhando tanto que você nunca pensará novamente no que você perdeu. Uma pura amorosidade impessoal que possa penetrar no ser de qualquer um – esse é o resultado da meditação, do silêncio, do mergulhar profundo dentro de seu próprio ser. Estou simplesmente tentando lhe persuadir. Não tenha medo de perder o que você tem."

Osho, em "Death to Deathlessness"